Se você trabalha com pagamentos com cartão, já conhece bem essa sensação: um arquivo da rede chega às 3h07, um export do processador aparece às 3h12 e, às 9h00, sua equipe de operações está tentando explicar por que algumas transações não batem com nada. Em algum lugar, um parceiro de compliance está pedindo tendências de chargebacks de subcomerciantes. Em outro, um engenheiro está reescrevendo uma regra e planejando mais um novo deploy.
Com a conciliação automatizada, você nunca mais precisará lidar com esse cenário. A plataforma de conciliação da Simetrik simplifica o processamento e a correspondência de transações em um só lugar, otimizando todos os fluxos de trabalho subsequentes.
Este artigo transforma uma demonstração prática da plataforma focada na conciliação de arquivos de processadores (como Stripe ou Checkout.com) com arquivos de redes (Visa/Mastercard) e na preparação dos resultados para as equipes de finanças, operações e compliance em um guia prático para controle de custos e variações, liquidez ideal e relatórios regulatórios sem estresse.
A realidade do dia a dia
Aqui está a verdade que a maioria das equipes conhece, mas raramente admite:
- A diversidade de dados está explodindo. São muitos participantes, sistemas e formatos diferentes na cadeia de valor dos pagamentos. Redes, processadores, gateways, bancos, livros contábeis internos, ERPs, extratos bancários, arquivos de liquidação, feeds de disputas/chargebacks cada um com seu próprio ciclo de vida e conjunto de processos.
- As regras mudam o tempo todo. As redes revisam especificações e impõem novas exigências, parceiros adicionam colunas, comerciantes expandem suas operações internacionais e sua equipe lança novos produtos (como pagamentos instantâneos ou carteiras de criptomoedas) para se manter competitiva no mercado.
- A engenharia se torna um gargalo. Suas regras estão embutidas no código. Qualquer ajuste exige um pull request, um novo deploy e coordenação entre várias equipes. Isso não são “operações” é desenvolvimento de software.
- A visibilidade é fragmentada. Você até consegue gerar totais para faturamento (na maioria das vezes). Mas identificar discrepâncias, suas causas e as tendências de chargebacks por subcomerciante ainda exige buscas em SQL, longas trocas de e-mails e um pouco de sorte.
Se tudo isso soa familiar demais, continue lendo.
Os cinco pilares da conciliação moderna (e como a Simetrik os implementa)
1) Ingerir qualquer dado, como ele é

Objetivo: Tratar os dados recebidos como protagonistas não como um problema a ser “pré-limpo”.
Como funciona na prática: As sources da Simetrik aceitam arquivos brutos e pacotes de redes, exports de processadores, extratos bancários, arquivos de disputas/chargebacks, exatamente como são recebidos.
Se um único PDF ou arquivo plano contiver 30 tabelas, a plataforma extrai as partes tabulares, mantém cada tabela como uma source distinta e preserva a estrutura original para fins de auditoria.
Sem scripts de pré-transformação, sem processos frágeis de staging.
Basta enviar os arquivos via SFTP, bucket seguro ou API, e a plataforma constrói tabelas estruturadas que “parecem planilhas”, mas escalam para bilhões de linhas.
Por que isso importa: Elimina a armadilha clássica do “vamos limpar os dados antes de colocá-los na ferramenta”. Você não vai e não deveria precisar fazer isso.
2) Normalizar para garantir resiliência (olá, Source Union)
Objetivo: Fazer com que mudanças de formato deixem de ser um problema.
Como funciona: O Source Union da Simetrik mapeia arquivos heterogêneos de parceiros para um esquema padrão.
Se a Visa mudar o nome de uma coluna na próxima terça-feira ou um processador inserir um novo campo na quinta, você simplesmente refaz o mapeamento pela interface, preserva todo o histórico e segue em frente.
É possível unir dezenas ou até centenas de fontes de parceiros em um único “feed de parceiro canônico” e compará-lo ao seu livro contábil interno, aos arquivos de liquidação da rede ou a ambos.
O melhor de tudo é que a IA da Simetrik, com seus recursos de sugestões, normalização e preenchimento automático, orienta o processo e o torna ainda mais simples.
Por que isso importa: A conciliação não deve falhar só porque alguém adicionou uma coluna “Ref2” ao lado da “Ref1”. A normalização é uma capacidade operacional não um projeto pontual.
3) Conciliar com lógica no-code (regras e conjuntos de regras)

Objetivo: Colocar o “cérebro” da conciliação nas mãos das equipes de operações e finanças, aquelas que realmente respondem pelos resultados.
Como funciona: A Simetrik permite definir regras (por exemplo: valor = valor, moeda = moeda, data dentro de T+1, referência A ~ referência B) e agrupá-las em conjuntos de regras com prioridades.
Você pode começar com regras mais rigorosas, valor + moeda + múltiplas referências + tolerância de data de liquidação e depois relaxá-las de forma inteligente (por exemplo, recorrendo a uma referência secundária extraída de uma long string).
Crie quantos conjuntos de Regras forem necessários não há limite.
Alguns clientes operam com centenas para alcançar a automação máxima.
Por que isso importa: Você não deve abrir um ticket para ajustar a lógica de correspondência. Quando as equipes de operações conseguem alterar regras em minutos, as discrepâncias deixam de se acumular, os engenheiros recuperam seus fins de semana e as trilhas de auditoria ficam mais claras e não mais confusas.
4) Analisar os resultados como um produto, não como uma planilha
Objetivo: Transformar os resultados reconciliados em inteligência viva.
Como funciona: Cada conciliação gera uma tabela de resultados (novamente, com experiência de planilha, mas escala de banco de dados). A partir dela, é possível criar painéis que respondem às perguntas que realmente importam:
- Qual a porcentagem conciliada hoje e qual o valor do delta?
Quais parceiros ou regiões mais contribuíram para o volume não conciliado? - Qual Conjunto de Regras conciliou cada transação? (para auditorias, isso é ouro)
- Onde estão as variações de taxas, impactos de câmbio e oscilações de take rate?
- Qual é a taxa de chargeback ao longo do tempo por subcomerciante, marca, BIN ou país?
- Os processadores estão em conformidade? Onde estão meus dados de chargebacks? Tudo foi contabilizado corretamente?
É possível ir do detalhe transacional ao resumo executivo e voltar em poucos cliques.
Também é fácil exportar ou agendar relatórios para clientes e órgãos reguladores.
Por que isso importa: Conciliação não é apenas “fazer os arquivos baterem”. É uma função de controle e de análise. Trate-a como tal.
5) Controlar o processo (alertas, SLAs e verificações de completude)
Objetivo: Colocar as exceções no piloto automático.
Como funciona: Defina limites e alarmes em todo o ciclo de vida: “Arquivo esperado não recebido”, “taxa conciliada < 99,5%”, “taxa de chargeback do Comerciante X > Y% em relação ao dia anterior”, “variação de tarifa excede a tolerância.” Também é possível acompanhar valores, não apenas quantidades, afinal, três transações não conciliadas totalizando US$ 250.000 são mais urgentes do que 300 no valor de US$ 12,60. Por que isso é importante: os controles são o que diferencia um processo funcional de um incêndio noturno.
Um passo a passo: reconciliando processador vs. rede, de ponta a ponta
Vamos juntar todas as peças no fluxo mais comum das operações de pagamentos.
Etapa 0: Enviar os arquivos
- Transações diárias do processador adquirente (ex.: Global Payments, Fiserv) → pasta SFTP
- Pacote de liquidação da rede (Visa/Mastercard) → pasta SFTP
- (Opcional) Extrato bancário e feed de disputas/chargebacks → pasta SFTP
A Simetrik captura esses arquivos automaticamente e os transforma em Sources.
Etapa 1: Normalizar os parceiros
- Use o Source Union para mapear e enriquecer os arquivos dos processadores em uma estrutura comum (datas, valores, moedas, múltiplas colunas de referência).
- Se necessário, mantenha uma união separada para os arquivos das redes.
Etapa 2: Preparar os dados
- Adicione colunas de enriquecimento (colunas roxas na interface): tarifas por transação, conversões de câmbio (FX), referências derivadas extraídas de strings longas, carimbos de data/hora padronizados etc. Essas colunas funcionam como fórmulas são documentadas e auditáveis.
Etapa 3: Definir a correspondência (matching)
- Conjunto de Regras 1 (estrito): amount == amount, currency == currency, correspondência de autorização/referência entre qualquer um de {R1,R2,R3}, data de liquidação dentro da tolerância, método de pagamento idêntico.
- Conjunto de Regras 2 (alternativo): se R1 falhar, extrair referência alternativa a partir de uma string de entrada longa; permitir variação de liquidação de ±1 dia; permitir pequenas diferenças de arredondamento.
- Conjunto de Regras 3 (casos extremos): peculiaridades específicas do gateway, limites de arredondamento em FX transfronteiriço, lógica de capturas/reembolsos parciais.
A execução segue a prioridade de cima para baixo. Cada par conciliado registra qual Conjunto de Regras foi aplicado.
Etapa 4: Revisar os resultados
- O dashboard exibe: total de registros, % conciliado, contagem e valor das transações não conciliadas.
- É possível detalhar as transações não conciliadas por parceiro, método de pagamento, comerciante e região geográfica. Veja exatamente o motivo da falha de cada linha (ex.: referência ausente, diferença de valor, desvio na data de liquidação além da tolerância).
Etapa 5: Agir e exportar
- Dispare alertas automáticos se algum KPI ficar abaixo dos limites definidos.
- Exporte relatórios para clientes (resumos diários, confirmações de liquidação, detalhamento de taxas) de forma automática.
- Mantenha toda a trilha de auditoria: dados brutos originais, transformações, lógica das regras, ações de usuários e carimbos de tempo.
Esse é o fluxo completo, sem novos deploys, sem dúvidas do tipo “quem mudou a regra na semana passada?”. Apenas controle operacional total.
Chargebacks e visibilidade de subcomerciantes: os requisitos essenciais de compliance
As redes de cartões esperam que os membros principais e seus bancos patrocinadores tenham total visibilidade sobre seus subcomerciantes, volumes, taxas de chargeback e como esses indicadores evoluem ao longo do tempo. Na prática, isso significa duas coisas:
- Unificar a visão. Os feeds de chargebacks geralmente ficam isolados em seus próprios sistemas. Traga-os para o mesmo modelo que contém autorizações, capturas, reembolsos e liquidações. Quando uma dedução de chargeback não tem transação correspondente, sinalize como perda de receita e quantifique o impacto.
- Acompanhar as tendências com granularidade. Monitore as taxas de chargeback por subcomerciante, por marca, por país, por BIN, diariamente. Configure alertas para picos. Mostre quantidade e valor. Para equipes que reportam a redes, reguladores ou grandes comerciantes, gerar e enviar esse relatório em minutos faz a diferença entre um “estamos em dia” e um “precisamos de uma semana”.
O módulo de análise da Simetrik foi criado exatamente para esse nível de detalhamento: se você consegue descrever o corte, consegue visualizá-lo e agendá-lo.
Performance e escala: dois fatores inegociáveis
Uma dúvida comum: “O que acontece quando processamos um milhão de transações através de dezenas de Conjuntos de Regras?”
Resposta curta: o sistema foi projetado para isso. Clientes processam centenas de milhões de registros por dia em múltiplas conciliações, com execução medida em minutos. O matching é paralelizado, as transformações são otimizadas e os unions evitam retrabalho com pipelines manuais. O benefício prático: as equipes podem aumentar o nível de automação (com mais Conjuntos de Regras) sem se preocupar que cada novo caso de exceção atrase a execução diária.
Build vs. Buy: o cálculo honesto
Se você já está no meio da construção de uma plataforma interna de conciliação, não está sozinho, muitas equipes começam assim. Os principais trade-offs que observamos são:
- Tempo de adaptação: Regras internas = código = tempo de sprint. Regras da Simetrik = interface = minutos. Essa diferença se multiplica a cada mudança de especificação, parceiro ou produto..
- Cobertura: Plataformas internas costumam atingir cerca de 60% de cobertura inicialmente, mas o progresso desacelera à medida que exceções específicas consomem tempo de engenharia. A Simetrik inverte esse cenário: as equipes de operações expandem as regras rapidamente e reduzem as exceções com o uso contínuo.
- Auditabilidade: Reguladores e auditores valorizam um registro imutável das fontes, transformações claras e uma trilha detalhada de qual regra conciliou cada transação. É possível construir isso internamente mas é caro e demorado fazê-lo bem.
- Custo de oportunidade: Cada hora que seus engenheiros gastam com reconciliação é uma hora a menos em recursos voltados ao cliente, sistemas de risco ou melhorias de adquirência/emissão.
A Simetrik cobra por volume de dados processados (não por número de regras, usuários ou dashboards), o que alinha os incentivos: traga mais fontes, automatize mais conciliações e amplie sua visibilidade sem medo de que “mais um caso de uso” estoure o orçamento.
Como é o “bom” depois da implementação

Após alguns ciclos, equipes que adotam uma reconciliação universal normalmente relatam:
- >99,95% das transações conciliadas diariamente, com o restante explicado e em redução constante.
- Filas de exceções pequenas, específicas e rastreáveis (ex.: “referência de rede ausente para o Processador X em AAAA-MM-DD”).
- Relatórios automatizados para redes, comerciantes, parceiros e finanças internas entregues no prazo, com definições consistentes.
- Inteligência de chargebacks segmentada por subcomerciante e região, com alertas automáticos e exportações rápidas para revisões de rede.
- Menos tickets para engenharia, pois as equipes de operações controlam a lógica. Os desenvolvedores continuam construindo, mas agora em projetos que impulsionam o produto.
O melhor de tudo: sua próxima integração não significa “começar um novo mini-projeto”. Significa “adicionar uma Source, atualizar o mapeamento do Union e estender um Conjunto de Regras.” É um modelo operacional completamente diferente.
Um plano simples que você realmente pode seguir
Se quiser testar se essa abordagem funciona no seu ambiente, aqui vai um roteiro prático de seis semanas:
- Semana 0–1: Conexões: Configure SFTP/API para enviar arquivos diários de processadores, redes e (opcionalmente) bancos/chargebacks.
- Semana 1–2: Normalização. Construa os Source Unions dos feeds de processador e rede. Adicione 3–5 colunas de enriquecimento (taxas, FX, referências parseadas).
- Semana 2–3: Primeira reconciliação. Defina 3–5 Conjuntos de Regras para cobrir 80% do volume. Execute duas semanas de dados históricos para validação.
- Semana 3–4: Exceções e dashboards. Crie visões de causa raiz para transações não conciliadas. Configure painéis de chargebacks e subcomerciantes. Ative alertas.
- Semana 4–5: Iteração. Adicione Conjuntos de Regras para exceções raras. Valide exportações nos formatos necessários (CSV/XLS, entrega por SFTP).
- Semana 6: Revisão. Compare tempo de execução, taxa de conciliação e esforço com sua base interna. Decida se expande para novas redes/processadores ou adiciona conciliação de liquidação bancária.
É intencionalmente leve. O objetivo é provar cobertura, controle e velocidade.
E se você usar as soluções pré-configuradas da Simetrik (para parceiros como Visa e Mastercard), pode reduzir esse tempo pela metade.
Pensamento final: torne a conciliação “entediantemente confiável”
A conciliação nunca será glamourosa mas deve ser previsível, explicável e rápida. Suas equipes devem gastar energia em insights e decisões, não em caçar erros. Os auditores devem ficar tranquilos ao ver seus registros, não adicionar seis semanas ao cronograma de auditoria.
E quando um parceiro mudar o nome de uma coluna numa quinta-feira, isso deve ser uma correção de dois minutos, não um pós-morte.
É para isso que a Simetrik existe: um sistema operacional para qualidade de dados financeiros, baseado em fluxos confiáveis, lógica de conciliação sob seu controle, análises que contam a história e controles que mantêm você à frente da próxima revisão.
Se quiser ver tudo isso com seus próprios dados, processador, rede, banco, chargebacks estamos prontos para conectar. Traga seus arquivos desorganizados e nós os organizaremos na Simetrik.